Porquê “Ma Ke Jeto, Mosso on Sports”?

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São muitas as vezes em que um hobbie que se iniciou como uma simples brincadeira, acaba por se tornar numa coisa mais séria, num compromisso onde se faz questão absoluta de não falhar. Saliento que estou a referir-me à prática do hobbie, à sua execução com regularidade, e não a tudo o resto que lhe esteja associado. Eu não pratico BTT ou ciclismo, mas lembrei-me destes para dar um exemplo. Compra-se uma BTT para dar umas voltinhas, para arranjar coragem para começar a fazer exercício físico. Depois, quase sem se saber como, o pequeno circuito na área da residência, feito em 30 minutos, já se expandiu para um circuito entre montes e vales, feito ao longo de várias horas. Acaba-se de fazer esse circuito e já se pensa no próximo. Em vez de se dar só uma voltinha ao Domingo de manhã, andasse 3 ou mais vezes por semana. É passar da prática esporádica para a prática regular do desporto. O principal objectivo é cumprir esse circuito pela simples satisfação de o conseguir, ficando para segundo plano os acessórios que se usam para o executar. É certo que muitas vezes se começa com a bicicleta comprada no Hipermercado, que até estava em promoção. Um bom negócio para quem que começar. Depois, quando o os objectivos começam a aumentar, será normal que se comece a pensar em adquirir uma bicicleta melhor, mais leve, mais resistente. É habitual que se comece a pensar em roupa, abandonando o simples calção e trocando-o por outro almofadado nas partes que mais doem, assim como é habitual que se pense em acessórios, deixando o relógio em casa e passando a usar uma gerigonça com GPS e medição de batimentos cardíacos. O problema, a questão, é quando um hobbie se torna numa coisa mais séria apenas pelo acessório, i.e., quando se pensa em comprar a melhor das bicicletas, o melhor capacete, os pedais mais leves, quando se passam horas a ver sites da especialidade, e no fim, quando se tem tudo isso, são poucas ou nenhumas as vezes que se lhes dá uso. É fundamentalmente sobre a prática do hobbie, a sua essência, que eu quero falar.

Nado e corro, mas nado mais do que corro. Nado na piscina e tanto corro na cidade como em caminhos de terra. Ultimamente tenho corrido numa passadeira e gostava de fazer natação em águas abertas. Na corrida, impomos um trajecto e vamos tentando cumprir etapas intermédias, “agora esta recta”, “agora até aquela curva”, “agora uma subida”. Na piscina, impomos uma distância e lutamos contra a monotonia de repetir trajectos de 25m. O gozo da corrida poderia ser por isso superior ao da natação, mas não é isso que sucede comigo. A satisfação que obtenho, o ‘sentir-me bem’ que obtenho com a natação, é claramente superior à sensação que tenho no final de uma corrida.

Cheguei agora à tal fase em que um hobbie se tornou numa coisa mais séria. Primeiro porque estou a praticar desporto 5 ou mais vezes por semana. Segundo, porque dou por mim a ler blogues de corredores e a ver vídeos sobre exercícios de aquecimento antes de uma corrida, sobre como fortalecer o “Core”, ou mesmo sobre bolas de fitness. Nado por norma 1200m e já corro mais de 8Km. Nada de especial para muitos que possam ler isto, valores quase impossíveis para outros. Só que, do que tenho lido por aí, fico sempre com a ideia que estão todos num patamar muito superior ao meu. Eu ainda treino para correr 10Km e a maioria só fala é de 15Km, de meias maratonas, de maratonas ou mesmo de hiper maratonas. Esses servirão de inspiração, mas não creio que alguma vez os possa acompanhar. O futuro o dirá. Um dia, gostava sim de participar numa prova de Triatlo. O senão é a parte de ciclismo. Não gosto de andar de bicicleta, e assim será difícil.

Eu não vou aqui falar dos tempos que faço a correr. Prefiro guardá-los só para mim. Não treino para entrar em competições. Faço-o sobretudo, ou apenas e somente, para obter os benefícios da prática do exercício físico. Abro este blogue porque já tenho muito que escrever sobre o desporto que pratico. Faço-o para contar episódios que me sucederam, para partilhar aquilo que mais gosto, o que mais detesto e sobre os objectivos e metas que espero vir a cumprir. Faço-o para me dirigir a todos aqueles que se estão a ver forçados a fazer exercício físico, por terem tido surpresas desagradáveis numas análises ao sangue, por não gostarem de ouvir a médica a dizer: “O seu fígado está gordo”, ou por terem decidido que era tempo de vestir números mais pequenos de roupa. Esses que estão agora a começar e que sentem vontade de cuspir um pulmão ao fim de 100m de corrida.

Nasci em 1968, meço 181cm, peso 85Kg e tenho 93cm na cintura (à data deste post), sou ex-fumador e ex-obeso tipo I. Durante mais de 15 anos fumei 2 maços por dia. O primeiro passo foi deixar de fumar. O problema seguinte foi engordar os 8Kg da praxe. E quando atingi os 100Kg, achei que estava na altura de mudar. Comecei a andar e por vezes tentava correr. Quando o fazia parecia que ia morrer ao fim de 100m, ou nem isso. Depois veio a natação, mais treinos e os progressos foram evidentes. É sobre isto que quero aqui falar.

O “Ma Ke Jeto, Mosso” é onde eu escrevo sobre quase tudo e mais alguma coisa. Mesmo assim, achei que devia separar os conteúdos e abrir um blogue para juntar tudo o que se relacionasse sobre a minha prática do desporto. Foi assim que nasceu o “Ma Ke Jeto, Mosso on Sports”. Se gostar, vá aparecendo e diga de sua justiça. Todos os conselhos e sugestões serão sempre bem-vindos.

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10 respostas a Porquê “Ma Ke Jeto, Mosso on Sports”?

  1. Graça Maria diz:

    Um blog interessante :)) vou seguir atenta as tuas experiencias e dicas…todos os dias ando muito a pé, habituei-me a dar grandes passeios com os cães, Vivo no campo e sem carro, já sou uma máquina andar lol! Por agora não penso deixar de fumar, porque gosto demais!
    Felicidades para o blog!

    • Por algum motivo que eu agora não sei explicar, os teus comentários ficaram pendentes à espera de aprovação. Já lá fui dizer que eles tinham sido escritos por pessoa de confiança :)) Desculpa lá o incómodo mas não sei explicar porque raio o blogue fez isso. Assim que eu passar esta fase de enquadramento do blogue, contando toda a história que esteve na sua origem, começarei a falar finalmente das minhas experiências desportivas.

  2. Susana M. Monteiro diz:

    Até fiquei cansada com tanto exercicio :):)
    By the way… tenho de voltar á piscina, á caminhada, ao Pilates e á boa forma 🙂
    Como agora tenho 1 cadela que adora andar e correr, é meio caminho andado!

    • 🙂 Susana, este mês de Agosto a piscina está fechada. E para evitar que acontecesse como o ano passado, em que nada fiz durante um mês e depois senti bastante essa paragem nos meses seguintes, decidi inscrever-me num ginásio só neste mês. Faço musculação e corro na passadeira no final. No meio, tenho feito vários exercícios com a bola de Fitness e tenho adorado aquilo. Muito bom, com inúmeras potencialidades. Isto a propósito do Pilates, que andei a ver uns vídeos e achei bastante interessante.

  3. Pingback: O Ginásio | Ma Ke Jeto, Mosso on Sports

  4. Jorge Gois diz:

    viva amigo, de alguma forma temos trajetos de vida comuns. identifiquei-me em muitos aspectos com o seu percurso. Temos quase a mesma idade , a mesma altura e já tivemos o mesmo peso. livrar-me dele não foi fácil neste momento tenho tb 85kg. Ouvi os mesmo comentários médicos e senti as mesmas preocupações. Separa-nos talvez o histórico de vida desportiva de algum modo sempre fiz desporto, sempre corri e sempre estive á vontade com o exercicio. mas na realidade apesar de correr 10-15-21k não perdia peso. ou melhor perder, perdi mas ganhava logo de imediato e ficava deprimido e então desesperado comia , e se comia ganhava peso e tinha de correr para me livrar dele..bem , foi uma fase mesmo pra esquecer. A minha revolução passou por associar ao desporto uma alimentação regrada e disciplinada e aumentar as cargas de treino diversificando-o. Fiquei leitor do seu blog e irei tambem partilhando aquilo que possa ajudar nessa luta diaria. Um dia faremos um triatlo 🙂 abraço

    • 🙂 Jorge, a propósito desse histórico de vida desportiva, transcrevo um parágrafo de uma divação que fiz neste texto e que resume bem a minha “inveja” em relação a esse passado:
      «O que custa é começar. Pois entre mais umas passadas a bom ritmo e quando de falava “daquela malta que corre como o caraças e que faz tempos fantásticos”, veio à conversa mais um pensamento profundo: “Mas tu já pensaste nos anos que ‘perdeste’, incapaz de fazer qualquer tipo de exercício? Era o tabaco, eram noitadas, eram os exageros alimentares e a pança a aumentar. Imagina tu se nessa altura já tivesses descoberto o prazer que é dado por esta coisa do exercício físico. Agora, mesmo quarentão, estarias certamente com um ritmo enorme nas corridas”. Pois é. O tempo, como se sabe, não volta para trás. Agora pouco vale dizer se isto, se aquilo. O que vale a pena dizer – sobretudo para você que tropeçou neste texto e que se calhar até já está cansado de o ler – é que se ganha muito em apostar no exercício físico para se obter uma vida mais saudável, seja com que idade for. Mais vale tarde que nunca. Os records pessoais e a melhoria de performance é algo que se acaba sempre por conseguir com treinos regulares. Podemos nunca atingir o nível daqueles que sempre treinaram ao longo dos anos enquanto nós só queríamos sopas e descanso, mas conseguiremos sempre ir sempre progredindo em pequenas conquistas»
      Agora, quase de forma inconsciente, quis recuperar esse tempo perdido. E quando se puxa demais por um corpo que só conhecia o sofá, o amis certo é aparecerem as lesões. Num ano já foram duas. Eu sei que é preciso ir devagar, mas o difícil é resistir à tentação de tentar fazer mais. Fui espreitar o blogue do “Jorge” e lá estava um relato sobre a grande prova de Melides/Tróia. Eu leio esses empolgantes relatos e fico logo a matutar: “Então e se … quem sabe … talvez para o ano …”. A vontade existe, só é preciso que o corpo colabore e não se parta 🙂

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