Triatlo, um sonho, problemas e objectivos

Em Agosto de 2011, quando dei início a este blog e escrevi o post «Porquê “Ma Ke Jeto, Mosso on Sports”?», tinha acabado de tropeçar em alguns blogs que falavam sobre Triatlo. Isso inspirou-me e motivou-me. Nesse post eu dizia que “Eu não pratico BTT ou ciclismo (…) Nado e corro, mas nado mais do que corro. Nado na piscina e tanto corro na cidade como em caminhos de terra. Ultimamente tenho corrido numa passadeira e gostava de fazer natação em águas abertas”. Ainda sem saber como evoluir, mas disposto a aumentar os objectivos, acabei por definir um muito simples: adorava fazer uma prova de Triatlo e pouco me importava que ficasse em último.

Com esse objectivo, comecei a informar-me se haveria uma associação ou alguém que praticasse a modalidade aqui no Algarve. Havia e chamava-se “Louletano DC Triatlo”. Contactei-os e esclareceram-me. Sobre isso gostaria de destacar a simpatia e entusiasmo com que receberam alguém que se mostrava disposto a treinar e a aprender tudo com eles sobre o Triatlo, com o objectivo de um dia participar numa prova. Um senão: eles treinam em Loulé ou Quarteira, sendo esse um problema logístico para um casal que só tem um carro. Mas isso era coisa para pensar mais tarde.

O maior problema, para quem quer iniciar-se nesta actividade, é o investimento a ser feito. A capacidade física consegue-se com treinos, muita dedicação e capacidade de sacrifício. Já o dinheiro é coisa mais difícil de obter. Sobretudo quando se entra numa época de crise, onde deixam de existir subsídios que poderiam ser usados para fazer os investimentos mais caros. É muito complicado. De seguida faço uma simulação, o mais exaustiva possível, sobre tudo aquilo que seria necessário comprar por alguém que amanhã queria começar a dedicar-se ao Triatlo. Para simplificar, vou admitir que essa pessoa, munida de um simpático cartão de crédito, se dirige a uma loja Decathlon. Sempre que possível, a escolha será feita pelo equipamento mais económico, com as excepções devidamente justificadas.

(N) – Não tenho

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Natação (202,74€)

O fato térmico é para mim o investimento mais ingrato de todos. Por um lado é algo quase obrigatório, a menos que as provas de Triatlo sejam feitas em águas a 25ºC, o que geralmente não é o caso. P.e., a prova do Triatlo de Quarteira é feita em Março, não sendo por isso de esperar que a temperatura da água do mar se afaste dos 19ºC. Ora, tentar nadar bem com a água nessa temperatura, não é coisa que esteja ao alcance da maioria (digo eu). É um investimento ingrato porque, se calhar, 98% dos treinos são feitos numa piscina aquecida, não existindo o hábito de treinar com frequência em águas abertas. Muito provavelmente, compra-se um fato que apenas será usado uma vez por ano, para fazer uma prova. Esta era das tais coisas que se resolveria muito bem com a hipótese de aluguer, porém, onde é que se consegue arranjar isso, em particular, aqui no Algarve?

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Ciclismo (935,55€)

Um total muito discutível, sobretudo porque o preço do equipamento principal poderá ser 2, 3, 4 vezes superior aquele (ou bem mais que isso), consoante as opiniões dos entendidos ou os objectivos em causa. Mas já lá vou. Nesta lista tentei incluir o equipamento completo para a prática do ciclismo com tempo quente, frio ou chuva. Os dois últimos itens são fundamentais para transportar a bicicleta para os locais das provas ou de treino em conjunto (parte-se do princípio que não será necessário adquirir um carro).

Mas venha a bicicleta. Ao contrário do fato térmico, este será um item utilizado a 100%, por isso, a sua escolha deverá ser cuidadosamente analisada. Eu não tenho conhecimentos suficientes ou experiência para dizer que aquela bicicleta, a mais barata da Decathlon, poderia ser a melhor para um novato treinar ou entrar em competições. Nem sei se poderia aguentar treinos muito longos. De forma intuitiva e sem ouvir mais opiniões, eu diria que sim. Se o objectivo é fazer 1 a 2 treinos por semana, e entrar numa prova de Triatlo apenas pelo gozo de participar, nada parece indicar que aquela bicicleta não servisse. Porém, tendo em conta que é de facto um item que será usado de forma intensa, por vezes em treinos muito longos, talvez seja razoável afirmar que a aposta poderia ser feita para um modelo com custo mais elevado, p.e., 800€ ou 1000€. Só que, a oferta é tanta e são tantos os pormenores (acessórios) que podem modificar o investimento, que fica muito difícil apresentar uma escolha. A Federação de Triatlo Portugal (FTP), neste texto “Programa TRI-ROOKIES”, diz que: “Para o seu primeiro Triatlo não consideramos que deva fazer um grande investimento. Deve tentar treinar e competir com uma bicicleta adaptada à sua morfologia, de preferência de ciclismo”. Portanto, nada de entrar em loucuras.

ironman2007

Corrida (273,70€)

Falo daquilo que para mim será o mais importante: os ténis. Um item onde, na minha opinião, não deverá haver lugar a poupanças. A opção deverá ser feita pelo modelo que forneça o maior amortecimento, aliado a grande robustez e, se possível, maior leveza. Será usado a 100%, quer nos treinos, quer nas provas. Nos restantes itens previu-se o equipamento para a corrida com tempo quente, frio ou chuva.

Total para uma escolha poupadinha: cerca de 1400€

Mas tal como referi arás, este número pode subir facilmente para os 2000€ consoante a escolha da bicicleta a adquirir.

Objectivos

O texto da FTP, referido acima, é bastante motivante para todos os que se querem lançar nesta aventura: “Não temos hoje em dia qualquer dúvida que o Triatlo é um desporto ao alcance de todos e que de forma clara pode servir as mais diversas ambições desportivas, ou seja, da formação, lazer e aventura até à alta competição. Para a realização do seu primeiro Triatlo sugerimos que contacte um Clube, Escola de Triatlo ou algum Triatleta que o possa ajudar e dar mais alguns conselhos. Caso não tenha qualquer uma destas hipóteses ao seu alcance, contacte a Federação de Triatlo de Portugal que terá todo o gosto em o ajudar. Faça de si um Triatleta, venha à aventura!”

O contacto com ‘quem sabe’ já foi feito. Resta agora aparecer nos treinos e tratar das lacunas mais importantes, sendo a maior de todas, o ciclismo. Sem começar voltar a andar de bicicleta é que nada feito. Sim, há uns anos atrás decidi comprar uma bicicleta de BTT. Mas de BTT só se for o nome, porque de resto, é um monstro em aço que nem sequer tem suspensão à frente. Paciência! É o que se tem. Está a precisar de ir à oficina ser afinada, coisa que farei em breve. Depois disso, é pegar nela e começar a pedalar para voltar a habituar os músculos das pernas a esse esforço. Não será certamente com ela que poderei entrar numa prova, mas será uma solução equilibrada para, em tempo de crise, contornar esta questão fundamental do ciclismo. Depois, o objectivo passará obrigatóriamente pela aquisição de um bicicleta de estrada.

O calendário das provas para 2012 pode ser consultado aqui. Aqui no Algarve realizam-se 2 no final de Março. Uma prova tipo Triatlo Longo (ou meio Ironman) em VRSA e uma prova tipo Sprint em Quarteira. A primeira, pelas suas características, obviamente que nunca poderia ser hipótese. A segunda seria a melhor aposta, tendo em conta a proximidade geográfica. Porém, mesmo a faltarem 3 meses, julgo ser impossível preparar-me em condições para a etapa do ciclismo. Aliás, neste momento ainda continua por resolver um problema no joelho, que me está a impedir de correr. Ou seja, sendo realista, o ano de 2012 deverá ser usado para treinar muito, ficando 2013 para participar em provas. Não vejo outra hipótese ou forma de fazer isto. E mesmo assim, resta saber como todos estes objectivos poderão vir a ser afectados por aquele que, nas palavras do tipo execrável chamado Miguel Relvas, será um ano de enormes sacrifícios. O tempo não está para entrar em grandes aventuras ou satisfazer ‘caprichos’, como alguém já disse.

Treinos

Encaixar treinos de 3 modalidades desportivas entre a vida familiar e profissional, respeitando o bom-senso, a paciência de terceiros e tendo em conta as limitações logísticas … não é fácil. Aliás, a pergunta que me apetece fazer sempre a todos os que treinam para o Triatlo é: “Como é que conseguem? Como é que se organizam?”. Actualmente, mais coisa menos coisa, eu andava a fazer isto:

2ª Feira: Natação / 3ª Feira: Corrida na pista de atletismo e em estrada / 4ª Feira: Ginásio / 5ª Feira: Natação / 6ª Feira: Corrida na pista de atletismo (séries) ou Ginásio / Sábado: Descanso ou Ginásio / Domingo: Corrida em terra e estrada (longo)

Na prática seriam treinos 2 vezes por semana em cada estilo, com um dia de descanso. Agora, para incluir o ciclismo será necessário sacrificar alguma coisa, não sendo difícil descobrir qual será: ginásio. Sendo assim, fica aqui este plano (ambicioso?):

2ª Feira: Natação / 3ª Feira: Corrida na pista de atletismo (séries) / 4ª Feira: Descanso ou Ginásio / 5ª Feira: Natação / 6ª Feira: Corrida na pista de atletismo e em estrada (longo) / Sábado: Ciclismo ou Natação ou Corrida / Domingo: Ciclismo + Corrida

Basicamente e de uma forma muito simples, é isto.

Opiniões e sugestões serão sempre bem-vindas, mesmo que sejam: “É pá, tem mazé juízo que isso deve ser uma crise dos 40

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16 respostas a Triatlo, um sonho, problemas e objectivos

  1. Este orçamento é mesmo muito detalhado, mas julgo que não será preciso gastar tanto dinheiro. No meu primeiro triatlo sprint (antes tinha feito um supersprint onde utilizei um equipamento híbrido ciclismo/atletismo), apenas gastei cerca de 50€ num fato de triatlo, pois já tinha bicicleta de estrada há 10 anos, incluindo sapatilhas e pedais de encaixe.
    Penso que comprar uma bicicleta para o primeiro triatlo será exagerado. Não é para bater recordes nem para ficar à frente de alguém, portanto, basta algo que aguente do início ao fim (muitos fazem em bicicleta d emontanha, por exemplo).
    Quanto ao fato isotérmico, tive a sorte de começar no Verão. Na altura estavam 20ºC e aguentei relativamente bem, mas é um investimento que tem que ser feito em temperaturas mais baixas (um amigo meu conseguiu estrar-se a 16ºC, mas foi um herói). Uma solução pode ser um fato de surf emprestado.
    Quanto ao resto, quem pratica desporto acaba por arranjar tudo, e vai comprando as coisas por necessidade. Corro a maioria das vezes con t-shirt normal e um polo de mangas compridas. Na bicicleta tenho vários equipamentos e alguns foram oferecidos em provas de btt ou estrada. Na natação, uns calções, uma touca e uns óculos podem ficar a pouco mais de 10€ e chinelos todos têm.
    Com o tempo vejo estes investimentos, mas para o início não serão obrigatórios. Alguns deles ainda não tenho, como equipamento para bicicleta à chuva ou barbatanas. E quanto às barras da bicicleta, apesar de ter, levo sempre na mala.
    Cabe agora a cada um decidir o que deve e pode investir. O meu último grande investimento foi uma bicicleta nova (1.900€), mas elas duram imenso (a minha de 13 anos está como nova e pouca manutenção levou (nem 500€).
    QUarteira, pelo que sei (nunca fui) à excepção do mar, que pode estar perigoso, é uma excelente prova para começar com percursos de ciclismo e corrida muito fáceis (o mesmo acontece em Oeiras e em Espinho, por exemplo)
    Abraço

    Os meu primeiro triatlo:
    http://voudebicicleta.blogspot.com/2009/08/xvii-triatlo-de-penacova.html

    • 🙂 Fantástico Miguel. Comecei pelo fim e fui ler esse testemunho, onde gostei destas preocupações «só tinha na cabeça a possibilidade de nadar sem sair do sítio por causa da corrente, o Eric Mussambani e a primeira subida de bicicleta». Bem, por aquela foto, dá para ver que aquela subida metia respeito para fazer a pedalar. Curioso que no teu blogue já li por duas vezes o facto de ‘tropeçares’ em alguém a nadar bruços. A verdade é que há quem nade bruços ainda mais depressa do que outros em Crawl. Isto para dizerque se tem a ideia que o Crawl seria estilo quase obrigatório para essas provas.
      Em relação à lista eu tentei ser mesmo o mais exaustivo possível, mas há ali várias coisas que podem ser muito bem dispensáveis, em particular, as da corrida. Agora, como bem dizes, tudo aquilo acaba por ser um investimento ao longo do tempo. Mantendo-se o gosto pela actividade, mais tarde ou mais cedo acaba-se por comprar. Até mesmo o famoso fato térmico.
      Eu julgava que não eram permitida bicicletas de BTT nestas provas. Mas se são, tirando a vergonha de aparecer na partida com um ‘monstro’, ao lado de outros com bicicletas que pesam metade ou menos, então, talvez tenha resolvida a questão da falta de bicicleta para entrar numa prova.
      A prova de Quarteira, pelo que tenho lido, tem mesmo essa vantagem de ser fácil, sem subidas como aquela da tua primeira prova, além do facto do público estar muito distribuído ao longo da avenida, sendo um grande incentivo a todos os atletas.
      Vamos lá ver o que se consegue arranjar e treinar

      • É isso, nos sprints há sempre alguém com uma BTT e vais ver que não ficas em último. Para mim a única coisa que pode impedir uma pessoa normal de fazer um triatlo é a natação. Conseguindo nadar 750m o triatlo está feito (Desde que se saiba andar de bike sem rodinhas de apoio).

  2. Ganfas diz:

    Excelente post, há alguns anos que meti na cabeça que gostava de fazer um triatlo, nunca procurei muita coisa sobre o que era preciso ou onde havia provas, mas foi sempre uma ideia que ficou.

    Antes de correr o desporto que fazia era ciclismo, seria uma questão de afinar e limpar a bicicleta toda (coitada ta encostada à já 1 ano) e voltar bastantes anos depois a praticar natação.

    • Obrigado Ganfas. Isto do Triatlo acaba por ser mais um desafio que podemos colocar a nós próprios depois de ser ter superado outros que antes julgávamos inultrapassáveis. Agora foram 21Km e ficou o ‘bichinho’ da maratona. E depois da maratona? Repetir as provas para melhorar as marcas ou avançar para outras provas? De qualquer forma, em termos do Triatlo, as participações em meias-maratonas ou maratonas, acabam por ser bons treinos para as provas e, vice-versa.
      E mesmo sem entrar em Triatlos, o andar de bicicleta também será um bom treino para reforçar a capacidade aeróbica. Esta semana, sem falta,vou levar a minha à oficina, esperando que a conta não seja muito cara

  3. Explora o mercado de usados e pede emprestado aos amigos. De facto o fato isotérmico não será o principal. O resto vem por acréscimo.
    O pior é que é uma modalidade viciante. Descobre por ti 🙂

    • Fernando, tenho espreitado o mercado de usados em relação às bicicletas. Ainda não seria para comprar, pois de momento não tenho hipótese, mas tenho andado a ver ‘como param as modas’. Outra hipótese seria fazer a tal compra ingrata do fato térmico através do mercado de usados.
      Larguei o vício do tabaco e penso agora meter-me no vício do Triatlo 🙂 Mas vícios desses, saudáveis, são sempre bem-vindos. O senão é mesmo a parte económica. Mas com poupanças e investimentos ao longo do tempo, tudo se deverá conseguir

  4. David Caldeirão diz:

    grande Luis!!! ainda agora a dar os primeiros passos e já estás a pensar em ser um “pró” :-), gostas das coisas bem planeadas e estruturadas, para além dos “manuais”, qualquer manual de engenheria te dirá que a “casa” começa pela base e não pelo telhado!!! acho que já conseguiste o mais complicado, entrar na “tribo”…
    estás a focar-te no fato isotermico, mas isso alguem empresta, ou compras usado ou compras novo, mas atenção ao preço/qualidade, a bike é o mesmo, podes fazer com qualquer uma (aconselho a colocares uns pneus de estrada na btt), e podes pedalar com as sapatilhas de corrida…, se retirares as “mariquices” que aparecem nessa bonita lista de compras, vais ver que se calhar o investimento inicial não é assim tão elevado, de uma forma simples:
    fato de triatlo, touca, camisola de corrida (isso a equipa providencia….);
    touca(+1), dorsal, chip, chapa de bike (isso entrega a FTP);
    para nadar, oculos, fato de banho (tudo o resto são adereços…);
    para pedalar, capacete, calção com carneira e bike (ok, aqui tens mesmo que investir…);
    para correr, sapatilhas (andas a comprar do mais caro!!!);
    para a logistica, as barras para o tejadilho (ou então compras uma carrinha :-));
    em resumo…, o que tu queres é comprar muita coisa para continuar a treinar e “competir”, durante alguns anos!!!
    mas mais preocupante é ver ai já alguma ansiedade, se calhar já não é este ano? então é quando??? claro que é este ano (é o ano zero) e posso já adiantar que vais fazer pelo menos 3 triatlos sprint…, quarteira(março), oeiras(junho) e punta umbria(setembro)!!! 🙂
    abraço,

    • David, o tipo segue tudo à risca do que está escrito nos “manuais” e ainda para piorar, é ‘meticuloso’, ‘perfeccionista’, ou não fosse Virgem. Daí aquela lista que foi feita ao pormenor, mas com vários itens que podem bem ser dispensáveis numa fase inicial.
      Já fui tratar da bicicleta. Vai ser revista, afinada, e vão colocar pneus de estrada. Nunca andará tanto como uma bicicleta de estrada, mas certamente ficará a andar mais do que quando tinha os pneus largos. Com isso já vou poder voltar a pedalar e por Km nas pernas, ganhando assim resistência na componente do Triatlo onde nada fazia.
      Sim, a ansiedade está aqui. Por mim era já nos próximos dias que entrava numa prova, mas não pode ser. Além de precisar ganhar resistência no ciclismo, tenho ainda por resolver o problema no joelho que me está a impedir de correr. Esta 4ª Feira ficarei a saber a sentença e suspeito que terá de passar pela operação, face aos sistomas que tenho e do que já li pela Net. Se assim for, vão ser várias semanas de paragem. Mas um ano tem 52 semanas, por isso … 🙂

  5. Depois de vários anos de Corrida, em 1997, iniciei-me no Duatlo. Comprei uma bicicleta em 2ª mão, por 80 contos ( e ainda é essa que tenho). Depois tentei o Triatlo num Supersprint em Vila Nova da Barquinha. Estávamos em 1998. Não fazia ideia se aguentaria a natação (350m), pois não tinha qualquer técnica a não ser flutuar. Meio envergonhado por ver as performances exibidas pelos restantes participantes, eu fingia que estava com frio, para não ter de mostrar a minha “técnica” aos que andavam em aquecimento. Lá fui até ao ponto de partida (era pouco mais que atravessar o rio) e esperei que todos arrancassem para que, calmamente, sem os atropelos dos que querem ganhar posição, começasse a deslizar. Aí vai ele.Sempre com a cabeça de fora, pois não sabia fazer as expirações para dentro de água, em bruços, lá fui progredindo e acabei nos úlltimos lugares (mas ainda houve quem tivesse chegado atrás de mim. Em terra, lá fui progredindo e acabei a prova nos primeiros 2/3 da tabela.
    Foi uma aventura que me deixou fascinado e, a partir daí, até 2004 fui licenciado pela FPT participando em quase todas as provas.
    Com muita pena minha, tive de deixar, pois os custos (com as deslocações,principalmente)começavam a ser difíceis de suportar. Voltei às Corridas, apostando nas longas distâncias.
    Bem, já me desviei do tema (custos da modalidade) mas o que eu queria dizer era que, o principal desgaste financeiro está nas deslocações e estadias. O material…há para todos os preços e, a menos que se pretenda disputar os lugares da ferente, não adianta muito estarmos a querer quadros de carbono e fatos isotérmicos do último grito, para se fazerem as provas numa posição confortável.
    Ainda quero voltar a fazer um Triatlo, mesmo como popular.
    É uma experiência que nos enche as medidas.

    • Fernando Andrade, pela leitura do seu blogue, já sabia que era adepto da maratona, mas desconhecia que tinha sido praticante regular do Triatlo, o que foi uma agradável surpresa. Gostei muito do relato da sua primeira experiência nessa modalidade. Apesar do começo menos animador na natação, terá feito uma boa recuperação na prova, graças sobretudo à capacidade física que já teria adquirido no Duatlo. Outro aspecto positivo destas provas é que os atletas têm de passar pelo menos 2 vezes pelo mesmo sítio, o que permite a quem está a ver, poder reparar que A ou B estão a ganhar terreno face aos adversário, tornando assim mais empolgante o acompanhar da prova. Espero que um dia me possa cruzar consigo numa destas provas

  6. Lénia diz:

    Bem, Luís, a minha primeira experiência no triatlo foi no 1.º triatlo sprint em Portimão já lá vão uns 15 anos. Penso que estávamos em finais de Março, inícios de Abril. A minha bicicleta era um chaço em segunda ou terceira mão em aço, grande demais para mim. O fato era a minha própria pele. Mas assim que me aventurei por aquele mar adentro, levando com onda atrás de onda em cima, apaixonei-me pela modalidade.
    O que eu quero dizer é que dificilmente deixamos de praticar um desporto apenas por uma questão de orçamento.Podemos até sentir que partimos em desvantagem, mas um sorriso no rosto e o coração quente fazem muito. 🙂
    Até amanhã.

    • 🙂 Lénia, agradeço o comentário. Curioso como eu andei mesmo muitos anos na ‘má vida’, com péssimos hábitos alimentares e vícios, coisa que me tirava qualquer interesse em assunstos desportivos. Isto para dizer que nem me apercebia dessas provas. Hoje, dou por mim a ver o site de atletismo do Algarve e ali da vizinha Espanha, para saber quando é vão haver provas aqui perto, para planear uma possível participação. Mudaram-se os hábitos e ganharam-se novos interesses. E depois de ler esse testemunho e os restantes que foram feitos, fico com a certeza que a primeira prova em que participar será uma experiência muito marcante pela positiva. Mais que as X Milhas do Guadiana, que foi a primeira prova onde entrei. A natação está boa, o ciclismo falta iniciar e a corrida está temporáriamente suspensa por causa do joelho.

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